segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Era pra ser um final feliz.


Eu procurei palavras bonitas pra expressar o que ela sentia por ele, mas não encontrei. Não que ela não sentisse algo bonito, ela sentia. Mas era tanto sentimento que se embaralhava e fazia um nó, e só um especialista competente em desvendar mistérios sobre o amor seria capaz de entender e desfazer o nó que ela tinha.
Era desejo, paixão, admiração. Era querer sempre ele. Era querer mimar aquele menino e te-lo no seu colo pra sempre. Era querer proteger ele como se fosse de vidro e pudesse quebrar a qualquer momento. Era querer poder sentir todos os mementos perto dele. Era segurança em seu toque. Era amor. Muito amor. Muito amor mesmo!
E como tudo de exagerado faz mau, esse amor também trouxe contras. Trouxe medo, inseguranças... Parece estranho eu lhe contar isso, mas ela queria muito ele, queria para sempre. Queria poder ter filhos com ele, queria morrer ao lado daquele rapaz que ainda era muito menino pra compreender tanto amor. Mas hora, ela também não era imatura pra isso? Era e foi por isso que fugiu. (...) Mas o que te conto não é sobre a imaturidade desses dois apaixonados, o que te conto é sobre o que ela sentia por ele, o que ela pensava sobre isso. Veja só: ela queria ele pra sempre, e se tivesse ele agora, talvez o pra sempre não existisse - eu lhe avisei que a história era estranha. Pelos os dois serem novos, ela achava que talvez o amor também acabasse ainda novinho. Que boba, não é? Mas o amor nos deixa com raciocínio alucinado, por isso não a julgue.
Eles já tinham trocados palavras de carinho. Já tinha dopado um ao outro com amor. Mas ela fugiu. Fugiu antes que os dois pudesse demonstrar e explodir o seu amor ao mundo. Antes que o amor transbordasse pra cada canto. Antes do "Era uma vez" ser escrito, ela fugiu. E eu contei lá em cima porque ela fugiu, não foi? O que eu não contei foi que era tanto amor, que mesmo ela lutando contra, foi impossível negar. Impossível fugir.
E ela compreendeu isso naquela noite. A noite que os dois se encontraram na mesma festa. A noite que ela prometeu a si mesma que não iria deslizar. A noite que em que ela se entregou pra ele sem querer. A noite em que poderia ser a melhor noite se ela não soubesse que ele já tinha cansado dela.
Eu ainda não sei bem o que ele sentia, só consigo acompanhar os passos dela. Mas creio pra mim que ele desistiu por causa dela mesmo. Porque você acha mesmo que ele iria aguentar alguém que abria mares em um dia e no outro tentava te afogar? Alguém que em vez de explicar o que sentia, preferia fugir? Alguém que explodia amor, mas no outro cortava cada parte do seu coração? Alguém que concertava o seu  coração pra quebrar de novo? Era impossível, não acha? Tente imaginar a situação dele. Imagine se alguém lhe dissesse que queria viver o "felizes para sempre" contigo, mas quando você pedisse em namoro, fugisse? Certamente iria achar que ela falou de boca pra fora, não é? Mas como eu disse, ela queria mesmo ele, mas tinha medo.
Mas nessa noite ela tentou voltar atrás. Se declarou a ele. Disse que namoraria, casaria, que morreria por ele se precisasse. Mas ele não acreditou. Talvez por ela já tinha dito algo parecido com isso antes e não cumpriu  o que prometeu. Ou talvez o coração estivesse cansado demais pra tentar mais uma vez. Só sei que ele recusou o amor dela. E ela voltou pra casa chorando. E me contaram, que também  viram lágrimas nos olhos dele.
Os anos se passaram e ela não conseguiu esquecer - lo. Chegou a casar duas vezes, mas foi infeliz nos dois casamentos. E há boatos que a loira bonita e rica com quem ele se casou, também não o faz feliz. Talvez seja isso mesmo: a metade que falta do coração de um, está no outro. Mas nenhum dos dois conseguiu sustentar essa ideia. E  é por isso que os dois vivem infelizes no amor, vazio desse sentimento.
E você que está lendo isso agora, é isso que eu quero que você aprenda: não tenha medo do que sente. Não faça como ela: não fuja. Não faça que nem ele: não queira que o amor seja algo que dê para ser explicado. Apenas viva o amor com todos os sentidos. Apenas se entregue. Porque uma vez me disseram que uma das nossas missões na terra é reconhecer a nossa alma gêmea, e como vamos saber se é, se não nos deixar levar pelo sentimento?
Talvez se tivessem ficado juntos não chegassem ao final feliz. Talvez a alma gêmea dela não era ele. Mas sabe, como vamos saber se ela não deixou esse amor desenvolver? Se ele não quis que ela deixasse? O medo de tentar, é dos piores medo. E o medo do amor, o mais torturante. E aquela história "E se", a mais sufocante. Por isso tente. Quebre a cara, a perna, o nariz, mas tente. Mas tente com todo coração e alma. Tente, por favor.
Comentários
8 Comentários

8 comentários:

  1. Adorei, e sempre na vida pensei assim, mas vale tentar, cair e quebrar a cara, do que passar o resto da vida a culpar-se por aquilo que poderia dar certo.

    Beijinhos, lindo post!
    http://tudoquegostoemuitomais.blogspot.pt/

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    1. Muito obrigada!
      E que bom que você se identifica com o meu "pensamento" :3 kkk

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  2. Oooi flor, que perfeeito o texto, realmente temos que tentar, quebrando a cara que aprendemos o certo ou errado não é mesmo? Seus textos são lindos, você vai longe...Parabéns!!
    Obrigada pelo carinho lá no Blog!
    Beijos ;*

    perfectgirl-vivi.blogspot.com

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    1. Muito, muito obrigada... Tanto pelos comentários, quanto pelos elogios e quanto ao carinho que você sempre demonstra ter pelo meu blog *-*

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  3. Adorei, você escreve muito bem! Já passei por isso do texto e sei como é.. mas é bem isso mesmo, sem arriscar não da pra saber, e também, se não der certo, pelo menos você ganha experiencias e tal.

    http://velvetnleather.blogspot.com - Tutoriais Alternativos

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    1. Verdade. Tudo que passa pela nossa estrada, deixa vestígios de pegada :)
      Muito obrigada! *u*

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